Adriana Rosa

8 de fev de 20212 min

Portugal tem as condições certas para um mercado em crescimento

Fundada em 1982, a APPP-FN - Associação Portuguesa dos Produtores de Plantas Ornamentais e Florais de Corte (Associação Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais) é a voz mais potente da indústria da horticultura ornamental em Portugal. Possui 400 membros que abrangem toda a cadeia produtiva. Esta lista inclui produtores de mudas, plantas de jardim, plantas de interior, flores e folhagens cortadas, representando, no total, mais de 80% da produção ornamental portuguesa.

Segundo Victor Araújo, presidente da APPP-FN, estima-se que existam 1.010 propriedades agrícolas no país que se dedicam à produção comercial de flores e plantas. Portugal tem 1.365 ha dedicados à horticultura ornamental, dos quais 564 ha para o cultivo de flores cortadas, 185 ha para folhagem cortada e 617 ha para plantas ornamentais. Em 2019, as vendas totais (volume de negócios) da indústria portuguesa de flores e plantas rondaram os 602 milhões de euros.

O setor é um empregador significativo, com cerca de 5.000 pessoas empregadas. Esses dados incluem trabalho não remunerado e remunerado. Uma quinta de flores portuguesa emprega, em média, de cinco a seis pessoas por hectare. A produção de ornamentais é uma atividade que exige muito trabalho. Em Portugal, a mão-de-obra qualificada é, geralmente, bem paga, mas é difícil recrutar trabalhadores agrícolas, especialmente perto dos grandes centros. As mulheres representam metade da força de trabalho de uma empresa neste setor. A APPP-FN estima que os salários representem 40% a 45% do faturamento da fazenda de flores.

Entre as flores de corte mais importantes de Portugal encontram-se a Protea, como a flor de corte mais representativa. Em seguida estão a rosa, o cravo, o gladíolo, o lírio, a gérbera e o crisântemo. A estratégia usada pela maioria dos viveiros é produzir uma 'mistura' de espécies/ variedades para evitar a sazonalidade. Os produtores nacionais têm registrado uma evolução para uma maior qualidade das plantas, uma maior diversificação de produtos e mercados e uma melhor informação ao consumidor.

Estima-se que 20% das flores de corte sejam vendidas no mercado tradicional de atacado de flores. O fluxo de flores de corte ocorre primeiro para atacadistas (40%), depois para exportação (20%) e para floristas (19%). Nas vendas de folhagens, as exportações vêm primeiro (43%) e, em segundo lugar, para atacadistas (37%). Nas plantas ornamentais, 39% do produto são vendidos para os centros de jardinagem e 30% para exportação.

Olhando para o futuro, o APPP-FN acredita que inúmeros fatores podem condicionar o futuro, mesmo com a crise. “Ter flores em casa e fazer jardinagem têm se mostrado uma atividade essencial na vida das pessoas, e esperamos que continue assim. O conceito de jardinagem e o uso da mesma estão em constante evolução, e cabe ao produtor e a toda a indústria apoiar a mudança”, diz Victor Araújo, presidente da APPP-FN.

O futuro depende de uma maior cooperação entre as diferentes partes do setor. Essa ação vai permitir não só ganhos nas dimensões do negócio, mas também a capacidade de compartilhar conhecimento, o que pode melhorar a competitividade do setor.

Fonte: https://www.floraculture.eu/country-showcase/portugal-has-the-right-conditions-for-a-growing-market/

08/02/2021

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